Ditadura: 1964 - 1985 |
O ano era 1964 e o Brasil havia crescido 50 anos em 5,
mas uma grande reviravolta aconteceu. O cenário é obscuro, mas não estamos
falando da Idade Média, caro leitor. Não se engane, pois as barbáries de antes
virão à tona neste período histórico.
A morte era uma companheira inseparável da Ditadura
Militar, uma relação digna de marido e mulher. Elas aconteciam por motivos
“banais” e aparentemente sem explicação. Elas iam de estudantes a jornalistas,
que eram muitas vezes enterrados como indigentes e outros não chegavam a ver
nem a cor do solo, pois eram dados como “desaparecidos”. As vítimas das mortes
em sua maioria eram mães desesperadas pelas perdas de seus “anjos”, e ficavam
atormentadas pois só queriam enterrar seus filhos que desde já moravam na
escuridão do mar, como mostra Chico Buarque na música “Angélica”, em clara
alusão à Zuzu Angel – estilista que teve seu filho Stuart, morto por lutar contra a Ditadura Militar.
Pau-de-Arara |
Stuart foi uma das vítimas da tortura
implantada no Regime Militar. Não há registros de como ele morreu e sofreu com
todas as tortura, que iam desde o “Pau-de-Arara” – uma prática antiga derivada
dos tempos da escravidão, onde os presos tinham amarrado a seu corpo uma barra
de ferro com seus punhos e pés atados – até a “Geladeira” – onde os presos
ficavam nus em uma cela minúscula com trocas de temperaturas causando choques
térmicos, deixando-os com fome e sede, e a mercê de sons irritantes.
Além de todo o sofrimento físico, havia
uma ainda pior: a prisão da mente humana e de suas idéias para lutar contra
esse Regime, cujo nome é repressão. Vítimas não faltavam. Elas ias de
jornalistas a cantores, pessoas que sofreram por expor suas idéias e usar de
persuasão para com outras. Podemos citar o caso de Vladimir Hergog, jornalista,
filosofo e dramaturgo, que tinha como base o Comunismo e devido a isto foi
preso. No dia 25 de Outubro “cerca de 15h, o jornalista suicidou-se no DOI-CODI/II
Exército”. O mesmo de seu com
Carlos Lamarca, guerrilheiro e Capitão do Exército Brasileiro, que combatia o
Regime de forma direta e tornou-se ícone revolucionário do Socialismo e da
Esquerda Brasileira. Morreu na Bahia depois de ser procurado por dois anos
pelos militares. Cantores também abraçaram a causa contra a Ditadura, como
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, entre outros. Em suas letras
fortes e intensamente ambíguas, mostravam para a população seu ponto de vista
crítico e social.
Repressão |
Em suma, o
regime militar foi um período negro da história do Brasil, onde ocorreram
mortes, torturas e repressão sem moderação e respeito ao ser humano. Foi uma
época em que os brasileiros se tornaram “Brasileiros” por lutarem e
reconhecerem um problema nacional. E mostraram o
contrario da frase de Alberto Moravia que disse: “A ditadura é um estado em que
todos temem alguém”.
Malu Aguiar e Montez Oliveira
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