Páginas

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ditadura: Morte, Tortura e Repressão

Ditadura: 1964 - 1985
O ano era 1964 e o Brasil havia crescido 50 anos em 5, mas uma grande reviravolta aconteceu. O cenário é obscuro, mas não estamos falando da Idade Média, caro leitor. Não se engane, pois as barbáries de antes virão à tona neste período histórico.

A morte era uma companheira inseparável da Ditadura Militar, uma relação digna de marido e mulher. Elas aconteciam por motivos “banais” e aparentemente sem explicação. Elas iam de estudantes a jornalistas, que eram muitas vezes enterrados como indigentes e outros não chegavam a ver nem a cor do solo, pois eram dados como “desaparecidos”. As vítimas das mortes em sua maioria eram mães desesperadas pelas perdas de seus “anjos”, e ficavam atormentadas pois só queriam enterrar seus filhos que desde já moravam na escuridão do mar, como mostra Chico Buarque na música “Angélica”, em clara alusão à Zuzu Angel – estilista que teve seu filho Stuart, morto por lutar contra a Ditadura Militar.

Pau-de-Arara
Stuart foi uma das vítimas da tortura implantada no Regime Militar. Não há registros de como ele morreu e sofreu com todas as tortura, que iam desde o “Pau-de-Arara” – uma prática antiga derivada dos tempos da escravidão, onde os presos tinham amarrado a seu corpo uma barra de ferro com seus punhos e pés atados – até a “Geladeira” – onde os presos ficavam nus em uma cela minúscula com trocas de temperaturas causando choques térmicos, deixando-os com fome e sede, e a mercê de sons irritantes.

Além de todo o sofrimento físico, havia uma ainda pior: a prisão da mente humana e de suas idéias para lutar contra esse Regime, cujo nome é repressão. Vítimas não faltavam. Elas ias de jornalistas a cantores, pessoas que sofreram por expor suas idéias e usar de persuasão para com outras. Podemos citar o caso de Vladimir Hergog, jornalista, filosofo e dramaturgo, que tinha como base o Comunismo e devido a isto foi preso. No dia 25 de Outubro “cerca de 15h, o jornalista suicidou-se no DOI-CODI/II Exército”. O mesmo de seu com Carlos Lamarca, guerrilheiro e Capitão do Exército Brasileiro, que combatia o Regime de forma direta e tornou-se ícone revolucionário do Socialismo e da Esquerda Brasileira. Morreu na Bahia depois de ser procurado por dois anos pelos militares. Cantores também abraçaram a causa contra a Ditadura, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, entre outros. Em suas letras fortes e intensamente ambíguas, mostravam para a população seu ponto de vista crítico e social.
Repressão
Em suma, o regime militar foi um período negro da história do Brasil, onde ocorreram mortes, torturas e repressão sem moderação e respeito ao ser humano. Foi uma época em que os brasileiros se tornaram “Brasileiros” por lutarem e reconhecerem um problema nacional. E mostraram o contrario da frase de Alberto Moravia que disse: “A ditadura é um estado em que todos temem alguém”.
Malu Aguiar e Montez Oliveira